Clínica Pro-Result: Lúpus: sinais, diagnóstico e os tratamentos que mudaram o paradigma

Reginaldo Faria Primo
Reginaldo Faria Primo

O que é o lúpus?

lúpus eritematoso sistêmico é uma doença autoimune crônica em que o sistema imunológico perde a capacidade de reconhecer o próprio corpo e passa a atacar tecidos saudáveis. É mais comum em mulheres em idade fértil, mas pode acometer qualquer pessoa. (  Clínica Pro-Result  )

Sinais e sintomas mais comuns

  • Pele e mucosas:manchas que pioram ao sol (ex.: “asa de borboleta”), feridas na boca/nariz, queda de cabelo.
  • Articulações:dor e rigidez (geralmente não erosiva), inchaço intermitente.
  • Geral:fadiga, febre baixa, perda de peso.
  • Órgãos internos:inflamação renal (nefrite lúpica), inflamação pleural/pericárdica, anemia/queda de plaquetas, cefaleia, “névoa mental” ou convulsões.

Atenção: sintomas variam entre os pacientes e ao longo do tempo (crises e remissões).

Quem tem mais risco

  • Sexo feminino (pico entre 15–45 anos)
  • História familiar de autoimunidade
  • Fotossensibilidade importante
  • Tabagismo e alguns gatilhos ambientais
  • Presença de anticorpos antifosfolípides(risco de trombose/gestação de alto risco)

Como é feito o diagnóstico

  • Avaliação clínica detalhadapelo reumatologista.
  • Exames laboratoriais: hemograma, função renal/urinálise, anti-DNA nativoanti-Smcomplemento (C3/C4), anticorpos antifosfolípides, entre outros.
  • Em suspeita de nefrite lúpica, frequentemente se indica biópsia renal.
  • O acompanhamento usa índices de atividade (p.ex., SLEDAI) para ajustar tratamento.

Tratamentos que mudaram o paradigma

A meta atual é controlar a atividade inflamatória com o mínimo possível de corticoide e proteger órgãos a longo prazo (treat-to-target).

Base do tratamento

  • Hidroxicloroquinapara praticamente todos os pacientes (salvo contraindicações) — reduz crises, protege órgãos e tem perfil de segurança favorável com monitorização oftalmológica.
  • Corticoideem menor dose e pelo menor tempo possívelpara controlar surtos (estratégias poupadoras são prioridade).
  • Imunossupressoresescolhidos conforme manifestações: azatioprinamicofenolato de mofetilametotrexato(pele/articulações), ciclofosfamida (situações graves específicas).

Biológicos e terapias-alvo

  • Belimumabe(anti-BLyS): reduz atividade global e número de crises.
  • Anifrolumabe(anti-receptor de interferon tipo I): indicado em LES moderado-grave com falha/intolerância prévias.

Nefrite lúpica (mudanças recentes)

  • Esquemas com micofenolatoou ciclofosfamida para indução, seguidos de manutenção (micofenolato/azatioprina).
  • Em casos selecionados, combinação com belimumabee/ou inibidor de calcineurina (ex.: voclosporina) para aumentar taxa de resposta renal.
  • Controle rigoroso de pressão, proteinúria e adesão ao plano é decisivo.

Trombose/antifosfolípide

  • Anticoagulação conforme risco e histórico de eventos, associada ao controle do lúpus.

Estilo de vida e prevenção

  • Fotoproteçãointensa (filtro amplo, roupas, horários), cessar tabagismo, sono e exercício regulares, vacinas indicadas, manejo de saúde mental.

Lúpus e gestação (planejamento é essencial)

  • Ideal é engravidar com a doença controlada por ≥ 6 meses.
  • Hidroxicloroquinacostuma ser mantida; azatioprina pode ser considerada.
  • Evitar: micofenolato, metotrexato e ciclofosfamida (teratogênicos).
  • Em síndrome antifosfolípide, associa-se AAS em baixa dosee, quando indicado, heparina.
  • Acompanhamento conjunto com obstetrícia de alto risco e reumatologia.

Quando procurar a clínica Pro-Result

  • Manchas que pioram ao sol + dor articular e fadiga.
  • Inchaço persistente nas juntas, dor torácica ao respirar, urina espumosa ou inchaço nas pernas.
  • Planejamento de gestaçãocom diagnóstico de lúpus.
  • Falha, intolerância ou dúvidas sobre tratamentos atuais.

Quanto mais cedo o diagnóstico e o ajuste terapêutico, melhor o prognóstico.

Perguntas frequentes

Lúpus tem cura?
Falamos em controle e remissão clínica, com proteção de órgãos e vida plena. O acompanhamento contínuo é fundamental.

Vou usar corticoide para sempre?
Não é o objetivo. Usamos a menor dose pelo menor tempo, priorizando poupadores e terapias-alvo quando indicado.

Posso tomar sol?
Com fotoproteção rigorosa e orientação médica. Exposição sem proteção pode desencadear atividade.

Posso engravidar?
Sim — com planejamento e equipe integrada. Muitas pacientes têm gestação segura quando o lúpus está controlado.

Sobre o especialista

Dr. Marcus Petruco — CRM 15541/PR | RQE 11429
Reumatologista — Clínica Pro-Result (Maringá-PR).
Este conteúdo é informativo e não substitui consulta médica individualizada. Agende sua avaliação para um plano de cuidado personalizado.

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